As previsões para o agronegócio em 2023 são animadoras. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), haverá uma estabilidade e crescimento de 2,5% do PIB do agro em comparação com o previsto para 2022.
Por outro lado, este é um setor que demanda um aumento exponencial de produção, ao mesmo tempo que sofre com as mudanças climáticas e o surgimento de pragas e doenças. Os desafios também incluem alterações para cadeias produtivas mais sustentáveis.
Neste cenário, a grande aliada dos produtores rurais é a tecnologia agrícola. Viabilizados pela conectividade — que torna possível a transferência imediata de dados —, máquinas, sensores e dispositivos não só dão eficiência e agilidade aos processos como auxiliam nas adaptações para geração de alto valor agregado.
Motivados pelas tendências para o agronegócio em 2023, apresentamos este artigo com algumas formas pelas quais a indústria brasileira agrícola pode avançar!
Tecnologia é central no panorama do agronegócio em 2023
Segundo o estudo “O Agro no Brasil e no Mundo, edição 2022”, realizado pela Embrapa, o Brasil exporta alimentos produzidos para mais de 200 mercados em todo o mundo.
A identidade brasileira como potência mundial na balança agrícola foi alcançada graças à criatividade dos produtores rurais e ao investimento em ciência e tecnologia.
Afinal, empresas de telecomunicações, indústrias de maquinários e insumos e instituições de pesquisa oferecem inúmeras soluções para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do campo.
Por isso, o futuro do agronegócio em 2023 depende não somente da abundância em recursos naturais, mas também da aplicação de tecnologias habilitadas pela alta cobertura de conectividade.
Os ativos oferecidos pela natureza — como solo fértil e água — não garantem por si só a competitividade brasileira em um mercado mundial cada vez mais exigente.
Logo, devemos pensar na agricultura também como uma atividade científica e tecnológica, com o objetivo de entregar produtos de qualidade com custos menores e processos sustentáveis.
Padrões combinados como o 4G em 700 MHz e a Internet das Coisas (NB-IoT) possibilitam a leitura e análise de dados consolidados, seja da sede da fazenda ou da cidade.
Assim, a agricultura de precisão aumenta os rendimentos por meio da gestão eficiente de irrigação e de pulverização, da captação de imagens e sobretudo do planejamento de safra.
A partir disso, separamos algumas tendências (e de certo modo, desafios) para o agronegócio em 2023:
Aumento da cobertura 5G
Sem dúvidas, o ano de 2022 foi marcado pela chegada da rede 5G nas grandes cidades do Brasil. A quinta geração promete um novo paradigma de conexão, levando em conta a maior velocidade na transferência de dados.
Nos centros urbanos, esse padrão permitirá a otimização de transportes, de serviços financeiros e até mesmo da medicina. No campo, a internet 5G aumentará a eficiência dos maquinários e a capacidade de realizar mais tarefas em menos tempo, com menor consumo de bateria.
Contudo, deve ser destacado que a estabilidade do sinal é um dos grandes entraves para o acesso à internet no campo. Mais de 70% das propriedades rurais vivem sem conectividade no país, de acordo com o estudo da ConectarAGRO em parceria com o Ministério da Agricultura.
Ademais, as frequências autorizadas para o padrão 5G demandam uma quantidade maior de antenas para cobertura, ocupando grandes extensões de áreas produtivas.
Por isso, ainda podemos considerar o 4G em 700 MHz como a tecnologia mais simples e barata a curto e médio prazo. A quarta geração é um padrão global habilitado nos diferentes dispositivos, sensores e maquinários, facilitando o uso aberto dos aparelhos. Além disso, é uma rede mais consolidada em pequenas cidades.
Rastreabilidade de produtos
A rastreabilidade de produtos agrícolas é importante para indicar um inventário contínuo da produção.
Munida de dados, tal atividade torna a cadeia produtiva completamente transparente. Com a aplicação das tecnologias para sincronização de informações, qualquer pessoa poderá saber a origem dos alimentos e em quais condições eles foram produzidos.
Em resumo, é uma importante prática de ESG (governança ambiental, social e corporativa, em tradução do inglês), visto que tanto a indústria quanto a sociedade demandam por ações em prol do bem coletivo.
Vale lembrar também que a rastreabilidade é importante para a vida útil de um modelo de negócio, pois ela traz alto valor agregado.
Diminuição de impactos ambientais
De modo geral, o agronegócio se preocupa cada vez mais com a sustentabilidade. O Programa Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), por exemplo, oferece uma linha de crédito para financiar práticas sustentáveis no agro.
Neste caso, tecnologia e conectividade auxiliam na diminuição dos impactos ambientais. O cruzamento de dados apresenta indicadores exatos sobre o tempo ideal e a quantidade de água, fertilizante e defensivos a utilizar. Ou seja, menos desperdícios!
Dentro do guarda-chuva sustentável, ainda podemos pensar na economia circular, a qual aproveita todos os recursos ao longo da cadeia produtiva. Dessa forma, podemos produzir ao máximo utilizando menos insumos da natureza.
Via ConectarAgro