A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente seu Quinto Boletim de Safra de Grãos, trazendo perspectivas animadoras para a produção de sorgo no Sudeste do Brasil. Segundo o relatório, a safra 2023/24 está projetada para atingir 1.738,8 mil toneladas, representando um aumento significativo de 8,2% em relação à temporada anterior.
Esse aumento não se limita apenas à produção, mas também se estende à área plantada na região. A Conab estima um crescimento de 10,4% na área cultivada, passando de 452,9 mil hectares na safra 2022/23 para 500,1 mil hectares na safra 2023/24.
O sorgo, uma cultura versátil, desempenha diversos papéis na agricultura e na indústria. É utilizado como forragem na alimentação animal, especialmente de ruminantes, caprinos e ovinos. Além disso, é empregado na produção de grãos, na fabricação de biomassa para energia e até mesmo na confecção de vassouras.
Apesar de não ser tão comum na alimentação humana no Brasil, o sorgo está ganhando espaço na indústria de snacks e alimentos processados, além de ser consumido de forma natural em outras partes do mundo, como na África e na Ásia.
Comparado ao milho, o sorgo apresenta vantagens significativas em termos de resistência à estiagem, tolerância a intempéries climáticas e menor complexidade no manejo de pragas e doenças. Isso se traduz em um custo-benefício mais favorável para os produtores, com menores custos de produção e necessidade reduzida de defensivos agrícolas.
Embora tenha enfrentado desafios, como a desvalorização comercial e questões no manejo da cultura, o sorgo tem mostrado uma recuperação gradual em seu valor de mercado nos últimos anos. Em 2023, o preço da saca do grão estava em torno de 85% do valor do milho.
O sucesso do cultivo de sorgo depende em grande parte das condições do solo e da adoção de técnicas adequadas de plantio e manejo. A preferência é por solos bem drenados e férteis, com níveis adequados de nitrogênio e potássio. O plantio direto é a prática mais comum, e embora a cultura seja resistente à falta de água, a irrigação é essencial, especialmente nos estágios iniciais de crescimento e durante a formação das espigas.
Um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores é o controle de pragas e doenças, como os pulgões, que podem ser especialmente problemáticos em áreas próximas a culturas como a cana-de-açúcar.
Em resumo, o aumento previsto na produção de sorgo para a safra 2023/24 no Sudeste do Brasil reflete não apenas o potencial econômico da cultura, mas também sua importância crescente na alimentação animal e na indústria de alimentos processados. Com o manejo adequado e a adoção de práticas sustentáveis, o sorgo promete continuar desempenhando um papel fundamental no panorama agrícola do país.
Com informações de Agro Estadão