Biomassa da cana será valorizada com o RenovaBio

Cana de Açúcar (FOTO Elza Fiúza ABr)Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), está otimista em relação à retomada dos investimentos no setor sucroenergético, em especial no que diz respeito à geração de energia elétrica. O otimismo vem das recentes medidas anunciadas pelo governo que podem significar um importante aumento na produção de etanol, passando dos atuais 31 bilhões de litros anuais para 49 bilhões de litros em 2030. Isto significa também um aumento de bagaço e palha, ou seja, de biomassa para ser usada para a geração de energia elétrica.

O RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis, que entrará em vigor em janeiro de 2020, já permite prever o aumento da geração dessa modalidade de energia elétrica. A portaria publicada em junho, pelo Ministério de Minas e Energia, regulamenta o processo de enquadramento de projetos prioritários no setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis para emissão de debêntures incentivadas.  Dessa forma, usinas de açúcar e álcool poderão emitir debêntures incentivadas para captar recursos para o financiamento de seus investimentos. A estimativa é ampliar em quase 60%, até 2030, a geração de energia elétrica oriunda da biomassa resultante da moagem da cana-de-açúcar, e de parte da palha que sobra nos canaviais, saindo de 21,5 mil GWh gerados em 2018 para 34 mil GWh.

Energia elétrica que vem da cana-de-açúcar

Das 369 usinas do Brasil, cerca de 200 estão no Sistema Integrado Nacional (SIN), ou seja, comercializam energia elétrica. Em 2018, o setor gerou 21,5 mil GWh, abastecendo um consumo equivalente de 11,4 milhões de residências. Tudo isso aproveitando apenas 15% da biomassa presente nos canaviais. Se todo potencial de aproveitamento do bagaço fosse utilizado, essa geração de energia poderia chegar a 142 mil GWh, cálculo feito pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Segundo a entidade, essa geração plena não ocorre por falta de investimentos, o que pode mudar a partir do RenovaBio, e também por falta de estímulos adequados. A regulação do mercado, diferenciando a fonte renovável das não renováveis, e a revisão da metodologia para determinar o volume máximo que uma geradora pode comercializar, podem estimular o empresário do setor sucroenergético a investir no aumento do potencial de geração elétrica.

RenovaBioSolução TMA/DRIA para o recolhimento da palha de cana-de-açúcar e geração de energia elétrica

Até pouco tempo atrás, a palha da cana que ficava no campo servia apenas como uma ‘colcha’ para manter a umidade e proteger o solo canavieiro. Essa palha pode também alimentar as caldeiras e ampliar a produção de energia elétrica pelas usinas de açúcar e etanol.

A dupla TMA/DRIA, que possui transbordos que garantem maior produtividade na colheita da cana-de-açúcar, também desenvolveu um sistema de coleta que além de facilitar o transporte da palha de cana-de-açúcar, em fardos, faz a operação de forma economicamente viável. O sistema é formado por um Aleirador, uma Carreta Acumuladora e uma Plaina Frontal.

Saiba como é feita a retirada da palha da cana do campo

O processo começa com o aleiramento da palha e o enfardamento. Em seguida, entra no canavial a carreta acumuladora, que consegue recolher entre 35 e 40 fardos por hora, cerca de 18 toneladas. A carreta leva os fardos a um determinado ponto onde a plaina frontal faz o trabalho de colocar os fardos na carroceria do caminhão que vai transportar a palha até a usina. A Carreta Acumuladora de Fardos é a única 100% nacional, com tecnologia tropicalizada, o que significa mais simplicidade e robustez.

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“O objetivo da solução TMA/DRIA é disponibilizar biomassa adicional, em quantidade significativa, às unidades sucroenergéticas e biorrefinarias de forma economicamente viável”, resume o Gerente Comercial Corporativo de Frotas do Grupo Tracan, Márcio Souza Leão.

Quanto uma tonelada de cana gera de palha?

Em média, cada tonelada de cana colhida gera 150 quilos de palha seca, o que representa aproximadamente 15 toneladas de palha por hectare a cada ano. O problema era como viabilizar o carregamento-transporte (CCT) desse ‘resíduo’ da cana de forma economicamente viável, resolvido com o sistema TMA/DRIA.

Matriz energética brasileira

A Matriz Energética brasileira é muito diferente da mundial. Enquanto no mundo 86,2% da energia usada não é renovável, no Brasil este número é de 56,8%. Ou seja, quase metade da energia usada aqui é renovável. A soma das renováveis, como lenha e carvão vegetal, hidráulica, derivados de cana e outras, resulta em 43,2%. Desse total das renováveis, 40,3% tem como fonte a cana-de-açúcar, etanol e bagaço.

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