O Brasil é uma das grandes referências mundiais quando o assunto é floresta plantada (silvicultura). É o 4º maior produtor de celulose do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, China e Canadá. Porém, é o maior na produção de celulose de fibra curta (eucalipto).
O clima, as pesquisas, a evolução dos equipamentos e dos tratos culturais vêm colocando o setor cada vez mais no topo do ranking mundial das exportações ligadas à celulose e papel. Os produtos florestais ocupam a 4ª posição nas exportações da agricultura brasileira.
Desafios da Mecanização
As florestas plantadas ocupam apenas 0,9% do território nacional. Sua mecanização, pelo papel econômico expressivo que representa, ainda tem muito a crescer e evoluir, já que o início do uso intensivo de máquinas na silvicultura ocorreu a partir da adaptação de equipamentos de diferentes culturas agrícolas. Muitas empresas e fabricantes, antes focados em outros setores da agricultura, começam a voltar seus olhos para as florestas plantadas.
Entrar neste segmento é uma oportunidade e um desafio para a TMA. Oportunidade por alcançar novas cadeias produtivas e desafio por entrar em um território totalmente novo.
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Há cerca de dois anos a equipe de engenharia da TMA projetou o primeiro equipamento para o setor: a Carreta Florestal CFX 3228. O equipamento de entrada no segmento florestas tem capacidade de carga de 32 metros cúbicos e foi concebido para dar mais velocidade e agilidade para a retirada de madeira das árvores já colhidas.
A validação da Carreta está acontecendo no campo há cerca um ano, na Eldorado Brasil, em Três Lagoas-MS. A Eldorado é uma das mais modernas e competitivas empresas de celulose do mundo. Na empresa, o manejo é feito para garantir a colheita contínua, que é realizada 24 horas por dia. Diariamente são colhidos aproximadamente 16.000 m³, volume suficiente para suprir a demanda da fábrica, que a cada cinco minutos recebe um caminhão de madeira.
O gerente comercial corporativo do Grupo Tracan, Márcio Leão, explica que a entrada no setor florestal, um dos mais promissores do agronegócio brasileiro, era um desejo antigo da TMA. Mas está acontecendo de forma muito criteriosa.
“A TMA já é uma empresa consolidada junto ao setor sucroenergético, seus produtos são reconhecidos pela tecnologia, qualidade e robustez, são produtos que praticamente não demandam manutenção. Queremos manter esse padrão para os novos produtos nos novos segmentos, por isso essa validação em um dos mais importantes grupos do setor florestal é muito importante”, disse.
As mudanças no equipamento estão sendo feitas em campo, customizado de acordo com as necessidades do cliente. Nos próximos meses a CFX será um produto de linha de produção, mas só será quando todas as melhorias forem consolidadas. Isso significa evoluir ainda mais, assim como acontece com os produtos para a cana.
ExpoForest – Feira Florestal Brasileira
Mesmo sem estar com a CFX validada, a TMA participou da ExpoForest (Feira Florestal Brasileira), realizada de 11 a 13 de abril, em Santa Rita do Passa Quatro-SP. Única feira florestal dinâmica das Américas, ela tem 200 hectares de florestas plantadas com eucalipto que foram utilizados pelos expositores para demonstrar suas máquinas e equipamentos em plena operação (a CFX ainda não participou).
O Grupo Tracan já havia marcado presença na ExpoForest com a DRIA Implementos Agrícolas, que voltou em 2018, primeira vez que ela foi realizada na região de Ribeirão Preto-SP. Ela apresentou três produtos: o Colossus G2, equipamento completo com aplicações diversas na área florestal, como sulcação e adubação; a Driatlon DH, uma trituradora de alta eficiência e robustez para a limpeza de galhadas; e a Fertimax 5.8, Carreta Distribuidora de Calcário e Corretivos.
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As oportunidades no setor florestal são muito grandes pelo que ele representa economicamente e ambientalmente. Segundo a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), o setor é responsável por 6,2% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial do Brasil, com receita bruta de R$ 71,1 bilhões em 2017 e exportações de US$ 8,9 bilhões. Na questão ambiental, o segmento, além de primar pela certificação, faz questão de lembrar que o plantio ajuda a preservar as florestas naturais e a biodiversidade.
No Brasil, o ciclo de crescimento das florestas plantadas é muito menor do que nos seus principais concorrentes, como EUA e Canadá. Aqui uma árvore demora em média 7 anos do plantio ao corte, nos países do hemisfério norte, devido ao frio, o ciclo pode chegar a 15 anos.